ANÁLISE DE EMISSÕES E REMOÇÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA POR MUDANÇA DE USO DA TERRA NO CONTEXTO DE EXPANSÃO DE BIOENERGIA EM CENÁRIOS DE NEUTRALIDADE CLIMÁTICA NO BRASIL ATÉ 2050

Publicação:

Autoria:
Diego Ribeiro do Amaral

Resumo

A bioenergia pode ser crucial para a neutralidade climática. Modelos de avaliação integrada (IAMs) estimam trajetórias considerando a interação entre os setores da economia. Uma limitação é a falta de maior resolução espacial. Para emissões por mudanças de uso da terra (MUT) as incertezas tornam o detalhamento necessário. Este trabalho une os modelos BLUES, BLOEM e BRLUC, com o objetivo de melhorar a representação espacial da MUT, reduzir incertezas e aumentar a precisão das análises. Para tal, resultados dos BLUES foram inseridos no modelo BLOEM. Dados do LAPIG fornecem áreas de pastagens disponíveis para expansão. Estoques de carbono microrregionais do BRLUC são aplicados para estimar a MUT. As análises mostram que mesmo restingindo a MUT às áreas de pastagem, a emissão pode ser de até 186 MtCO2, mas usar apenas pastagens de baixo vigor pode gerar uma remoção de até -96 MtCO2. A área total demandada, entre 13,7 e 20,4 Mha, é afetada pela demanda por bioenergia e pela restrição de áreas disponíveis. O fator de MUT varia de acordo com o ponto no mapa, indo de -543 a 863 gCO2/MJ. Conclui-se que é possível atender uma alta demanda por bioenergia no Brasil usando pastagens de baixo vigor, mas para uma estimativa precisa da MUT é crucial considerar as diferenças em estoque de carbono com respeito as lavouras, regiões e tipo de manejo.