A crescente inserção de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira torna a flexibilidade operativa um requisito essencial para garantir a segurança do SIN. As hidrelétricas com reservatórios são fonte estratégica de flexibilidade. No entanto, é importante aprimorar os mecanismos de quantificação e valoração da flexibilidade prestada e compreender como a sua disponibilidade se altera, dada determinadas condições operativas. Este estudo avalia a variação de rampas efetivas e de seus benefícios, a partir de mudanças nas restrições hidráulicas nas usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera. Para isso, é aplicada a metodologia MacFLEX, que quantifica e valora rampas de potência, em quatro usinas do rio Paraná. Foram analisados três cenários: um de referência (Base) e dois alternativos (Qmenor e Qmaior), considerando a redução e a elevação das vazões defluentes mínimas praticadas no caso Base, respectivamente. Os resultados indicam um aumento de 5% a flexibilidade ascendente, 10% a descendente e 7% a total no caso Qmaior, sem comprometer os níveis de armazenamento na semana de análise, agregando mais flexibilidade que o cenário de redução das vazões mínimas. O estudo avalia o custo-benefício de se relaxar restrições hidráulicas sob a ótica da flexibilidade e evidencia a necessidade de revisões periódicas nas restrições hidráulicas, para identificação daquelas que podem ser flexibilizadas, atualizadas ou até mesmo extintas. A metodologia aplicada permite que o ONS melhore sua tomada de decisão em relação aos benefícios das rampas de potência hidrelétrica, além de apontar caminhos para valoração e remuneração da flexibilidade. Recomendam- se a replicação da análise para diferentes anos hidrológicos e períodos maiores, além da ampliação da análise em outros reservatórios, com foco nos efeitos em outros usos da água.
EFEITO DA FLEXIBILIZAÇÃO DAS RESTRIÇÕES HIDRÁULICAS DAS USINAS HIDRELÉTRICAS NAS RAMPAS DE POTÊNCIA: O CASO DE JUPIÁ E PORTO PRIMAVERA NO RIO PARANÁ
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